Bancos intensificam combate ao crime e começam a cancelar contas de apostas ilegais e “laranjas”

Uma nova regra do setor bancário entrou em vigor nesta segunda, 27 de outubro, e determina o bloqueio e o cancelamento de contas utilizadas para operações irregulares. A medida, anunciada pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), tem como objetivo principal coibir o uso do sistema financeiro para atividades ilícitas e fortalecer a luta contra o crime organizado.

Quais contas serão afetadas?

As instituições financeiras deverão fechar os seguintes tipos de conta:

  • Contas de “bets” irregulares: operadas por sites de apostas que não possuem autorização da Secretaria de Prêmio e Apostas (SPA).
  • Contas “laranja”: abertas em nome de uma pessoa, mas usadas por terceiros para ocultar a origem do dinheiro, geralmente proveniente de golpes e fraudes.
  • Contas “frias”: criadas de forma ilícita, sem o conhecimento do suposto titular.

Como funcionarão as novas regras?

De acordo com a Febraban, os bancos agora são obrigados a:

1. Adotar políticas rigorosas para identificar e verificar contas fraudulentas;
2. Recusar transações e encerrar imediatamente contas identificadas como ilícitas, comunicando a decisão ao titular;
3. Reportar obrigatoriamente essas situações ao Banco Central, permitindo que a informação seja compartilhada entre todas as instituições financeiras;
4. Sofrer monitoramento da autorregulação da Febraban, que poderá auditar os processos a qualquer momento.

O descumprimento das normas pode resultar em punições que vão desde advertências até a exclusão do sistema de autorregulação.

A iniciativa é um marco no combate a relacionamentos “tóxicos” dentro do sistema financeiro, conforme definiu o presidente da Febraban, Isaac Sidney. Ele destacou que a medida visa impedir que contas bancárias sejam usadas para “escoar recursos de golpes, fraudes e ataques cibernéticos, bem como para lavar o dinheiro sujo do crime”.

Essa ação do setor bancário soma-se às medidas do Banco Central e do Poder Público e surge no rastro de operações como a “Carbono Oculto”, da Polícia Federal, que investigou um esquema bilionário de lavagem de dinheiro ligado ao PCC. Além disso, a medida ganha urgência após uma série de ataques cibernéticos que desviaram centenas de milhões de reais do sistema de pagamentos PIX em 2024.

Wellington Torres

Editor da AGSP. Jornalista de coração e alma, pós-graduado em Assessoria de Comunicação e Mídias Digitais (Anhembi Morumbi) e em Marketing/Analytics (Anhanguera). Heavy user de redes sociais e fã de tecnologia. "Agora eu tenho visto" 🇺🇸 #LetsgotoUSA2025

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