DEEPFAKE | Violência psicológica contra mulheres aumenta no Brasil e leis mais duras são aprovadas no Senado
Helena Lobo da Costa, professora de Direito Penal, explica que, “no Direito Penal, a violência psicológica é vista como uma ameaça. Ela é a promessa de um mal injusto e grave, ou seja, onde entra deepfake criando uma imagem criada artificialmente, mas que parece muito verossímil e é usada para ameaçar ou extorquir a vítima”, diz.
A atual legislação já prevê punições e ela cita exemplos como extorsão e estupro.
Se um deepfake é usado para chantagear a vítima, isso já é um crime de extorsão que tem uma pena de quatro a dez anos; ou crime de estupro, que tem pena de seis a dez anos. E uma simples ameaça já tem uma pena na atual legislação”, diz ela.
A legislação vem acompanhando as mudanças tecnológicas. Para a especialista em Direito Penal, as soluções são mais difíceis e vão além da parte legal. O problema não é alterar a legislação, é preciso melhorar, no âmbito do Direito Penal, a parte de investigação desses crimes, uma apuração mais técnica, mais rápida. As soluções são muito mais difíceis do que simplesmente as mudanças legislativas.
O tema deepfake também vem sendo tratado pelo mundo afora, com legislações específicas. Segundo especialistas da USP, países como Espanha e Alemanha mudaram a legislação criminal voltada para mulheres.
Fonte: Jornal da USP e Senado