EDITORIAL I Agentes políticos afloram seu ódio contra os menos favorecidos
O pobre no Brasil sofre. Recebe salário baixíssimo, isso quando tem vencimentos. Mora nos extremos. Em muitos casos vive em situação desumana. Os menos favorecidos pagam elevado imposto e enfrentam a discriminação diária pela sua falta de oportunidades, acarretando assim uma formação inadequada para o mercado de trabalho e, consequentemente, sem chances reais de ter uma elevação profissional, intelectual e social.
Em contrapartida, temos políticos perversos que veem o pobre, enxergam o pobre e precisam do pobre apenas em períodos eleitorais, e, por falta de conhecimento, o mais necessitado é iludido pelo imediatismo ao aceitar migalhas desses cruéis agentes políticos brasileiros que fazem de tudo para se manter no poder.
A Constituição Federal dispõe em seu Artigo 5º que:
“Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade.”
Mas será que todos somos iguais mesmo?
“O câmbio não está nervoso, (o câmbio) mudou. Não tem negócio de câmbio a R$ 1,80. Todo mundo indo para a Disneylândia, empregada doméstica indo para Disneylândia, uma festa danada. Pera aí. Vai passear ali em Foz do Iguaçu, vai passear ali no Nordeste, está cheio de praia bonita. Vai para Cachoeiro de Itapemirim, vai conhecer onde o Roberto Carlos nasceu, vai passear no Brasil, vai conhecer o Brasil. Está cheio de coisa bonita para ver.”
A fala acima é do ministro da Economia, Paulo Guedes, esse mesmo que há poucos dias chamou os funcionários públicos de parasitas. O momento é preocupante, porque se o pobre não pode escolher o local que quer viajar, o nordestino é cabeção, o servidor é parasita, o dólar tem é que subir mesmo, e tantas outras mazelas do presidente Jair Bolsonaro e seus ministros, estamos à deriva.
O Brasil jamais avançará sem humanidade, justiça e oportunidades reais de ascensão. Precisamos de agentes políticos que trabalhem para o bem-comum. Na prática, essa fala do ministro Paulo Guedes foi dita com muita sobriedade e reflete, de fato, as conversas convencionais regadas a comes e bebes com o dinheiro desses mesmos menos favorecidos discriminados. Sem dúvida, o momento é sombrio.