Autoexame é importante, mas mamografia é insubstituível na detecção do câncer de mama
Ouça a matéria!
Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), em 2023 foram registrados 20 mil óbitos no Brasil em decorrência do câncer de mama. A doença é a principal causa de mortalidade por câncer entre as mulheres, e são estimados 73 mil novos casos por ano no Brasil. A incidência do câncer de mama aumenta com a idade, e a maior parte dos casos acontece a partir dos 50 anos.
Nas últimas décadas, os avanços terapêuticos e o maior acesso ao tratamento e às ações de detecção precoce resultaram em ganhos na sobrevida das mulheres e tornaram o câncer de mama uma doença de bom prognóstico, quando diagnosticada e tratada oportunamente.
O principal exame para a detecção precoce é a mamografia. Devido à alta incidência do câncer de mama, o SUS oferece mamografias de rastreio — realizadas mesmo sem a presença de sintomas — bienais para mulheres entre 50 e 74 anos. Em 2024, no Brasil, foram realizados 4 milhões desse tipo de exame.
Mamografia e autoexame
O grupo prioritário para a realização da mamografia é entre 50 e 74 anos, concentrando a maior parte dos casos. Em setembro de 2025 o Ministério da Saúde liberou a mamografia sob demanda para as mulheres entre 40 e 49, que concentram 23% dos casos. No Brasil, apenas 23,7% da população alvo realiza o exame.
Segundo Jośe Roberto Filassi, chefe do Setor de Mastologia da Divisão de Clínica Ginecológica da Faculdade de Medicina da USP, embora o autoexame seja importante, a mamografia é insubstituível:
O autoexame significa que o tumor é sintomático. Se a pessoa consegue sentir, é porque a gente chama sintomático. Já é um tumor maior que um centímetro. Mesmo o médico apalpando a mama, o tumor de um centímetro é difícil de apalpar em mama jovem, porque elas são mais densas. Imagina a paciente. Não existe ainda nada melhor que a mamografia em termos populacionais”.
Fonte: Jornal da USP