Candidaturas de mulheres crescem timidamente para as eleições de 2024. País segue em dívida com a igualdade e distribuição de verba

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O Brasil se prepara para as eleições municipais de 2024 ainda em dívida com as mulheres. Embora a participação feminina tenha crescido, o aumento tímido nas candidaturas mostra que há um longo caminho até a paridade de gênero na política. Os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) revelam ainda, em comparação com 2020, um leve aumento no número de mulheres concorrendo, mas os índices estão longe do ideal.

Atualmente, as mulheres representam apenas 15% das candidaturas a prefeito, 23% a vice-prefeito e 35% a vereador. Esses números evidenciam a falta de representatividade feminina na política brasileira. Segundo Beatriz Sanchez, cientista política e pesquisadora do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento), embora as atuais regras de financiamento tenham impulsionado as candidaturas femininas, diversos obstáculos persistem.

As mulheres ainda hoje recebem menos dinheiro dos partidos para fazerem suas campanhas. E as pessoas que vão decidir quem vão ser os candidatos para onde vão os recursos do partido são, majoritariamente, homens e brancos”, afirma a docente.

Apesar de os partidos serem obrigados a destinar 30% dos recursos do fundo eleitoral para candidaturas de mulheres, o aumento na proporção de candidatas não tem se refletido no aumento da porcentagem de mulheres eleitas. Tanto é que, em 2020, as mulheres foram 16,1% do total de vereadores eleitos no Brasil e 12,1% do total de prefeitos.

As cotas de gênero para eleições proporcionais existem desde 1995, inicialmente aos vereadores e, posteriormente, deputados estaduais e federais. Apesar das regras de financiamento implementadas na última década, o Brasil ainda enfrenta desafios significativos a fim de alcançar a igualdade na representação política.

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