Das 61 mil mortes violentas no Brasil em 2016, homens, negros e jovens lideram
A insegurança no País é total. É impossível sair hoje sem se preocupar com os bandidos ou pivetes que nos surpreendem com uma arma. Muitas mortes ocorreram nas periferias do Brasil, onde as oportunidades de ser viver uma vida digna estão distantes da realidade. Instaurou-se um conflito permanente entre o crime e a polícia, alarmando ainda mais os casos de mortes violentas.
Segundo o Atlas da Violência 2017, publicado pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, as mortes violentas no País subiram 10,2% entre 2005 e 2015. Mas, entre pessoas de 15 e 29 anos, a alta foi de 17,2%. As 61.283 mortes violentas ocorridas em 2016 no Brasil apontam que a maioria das vítimas são homens (92%), negros (74,5%) e jovens (53% entre 15 e 29 anos).
De acordo com Daniel Cerqueira, doutor em economia pela PUC-RJ e especialista em violência, um dos fatores que explicam esse declínio é o descompromisso de governos com políticas eficazes e apoiadas em evidência científicas. Para ele, falhas na implementação do Estado do Desarmamento e a proliferação das drogas em cidades médias e pequenas nos anos 2000 colaboraram para a queda da idade média das vítimas.
Desde 1980, os mortos são jovens cada vez mais jovens. O pico da idade média das vítimas diminuiu desde então, de 25 anos para 21 anos. Negros e pardos (53,6% da população) correspondem a três de cada quatro pessoas assassinadas em 2016. Os que se declaram brancos (45,5% dos brasileiros) foram vítimas de 25% dos casos.
Mais pobre e menos escolarizada, essa fatia dos brasileiros ainda vive, em grande parte, marginalizada, com poucas oportunidades de ascensão social e exposta ao cotidiano de violência das periferias. Está aí um grande desafio para o atual presidente eleito Jair Messias Bolsonaro (PSL), o qual terá de criar políticas públicas, inovar e olhar com muita prudência para esses números alarmantes.