O debate como prevenção à exploração sexual infantil | Artigo de Márcia Pinheiro
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É inconcebível para nós, cidadãos e cidadãs de bem, imaginar que um ser humano possa praticar atos tão doentios como o abuso sexual de crianças e adolescentes. Entretanto, a realidade é tão inimaginável que chega a embrulhar o estômago, causando mal-estar físico e emocional. Mais de 80 mil crianças, entre 0 e 9 anos, sofreram algum tipo de abuso sexual nos últimos 10 anos.
São várias as facetas desse crime bárbaro: a pedofilia, a violência sexual e a exploração sexual, que envolve diretamente o turismo, pornografia, tráfico de pessoas e prostituição. Deste modo, é preponderante que a sociedade, organizações, iniciativa privada e poder público se engajem em iniciativas de conscientização, com a perspectiva de construir coletivamente um universo de conhecimento, participação e compromisso com os direitos humanos de crianças e adolescentes.
É nessa luta que a campanha Faça Bonito se mobiliza há 24 anos para ampliar e disponibilizar à toda sociedade ferramentas que possam contribuir para a prevenção, proteção e defesa de crianças e adolescentes vítimas da violência sexual.”
No enfrentamento realizado pelos profissionais da Assistência Social do município, são utilizadas várias metodologias da campanha Faça Bonito, sendo uma das principais a sensibilização através da educação, mais especificamente através da rede de ensino municipal numa articulação com os profissionais dos CRAS e CREAS.
É importante trazer essa responsabilidade para o âmbito educacional como uma maneira de desenvolver ações para prevenção e atenção aos sinais de abuso sexual, dividindo essa tarefa com a família.”
As nossas monitoras e pedagogas do Siminina também realizam essa orientação para mais de mil meninas, dando suporte no amadurecimento feminino ao mesmo tempo em que buscam o enfrentamento de quaisquer formas de dominação e coerção sexual, manifestadas pelas diferentes formas de violência.
Sem dúvidas, educação e orientação são os atores mais importantes para desenvolver práticas eficazes que ajudem a combater a exploração e o abuso sexual infantil, e assim permitir que a sociedade abra canais de reflexão e de debate para construir uma cultura de prevenção.
Márcia Pinheiro é primeira-dama de Cuiabá,
empresária e pós-graduada em Gestão Pública.