Que moral tem a grande mídia para falar ou combater a fake news?
A Agência de Comunicação Grita São Paulo, primeiramente, repudia todas as notícias falsas publicadas e replicadas nas redes sociais, inclusive no WhatsApp. Infelizmente, dia a dia, a irresponsabilidade com as informações e o ódio propagado por um viés político unilateral (sem espaço para o debate civilizado) têm contribuído pela elevação da prática viciante de produção de notícias falsas, a fim de status, visibilidade e controvérsias.
A grande mídia se desespera e, por meio da internet, televisão, rádio e jornais tenta de todas as formas eliminar ou pelo menos diminuir a quantidade de notícias falsas. Muito se ouve sobre ética no jornalismo, compromisso com a verdade, seriedade da profissão e tantos outros dizeres qualitativos e exagerados na defesa da “imparcialidade” do jornalismo brasileiro.
MAS SERÁ QUE ESSE JORNALISMO SEMPRE FOI SÉRIO?
No livro a “Ditadura da Mídia”, de Altamiro Borges (1ª edição – julho de 2009 – Editora Anita Garibaldi), nos é revelado uma realidade embutida num pragmatismo avassalador promovido pela grande mídia brasileira e mundial. De acordo com o autor, “Ela [mídia] nunca foi tão poderosa no mundo e Brasil, em decorrência dos avanços tecnológicos nos ramos das comunicações e das telecomunicações, do intenso processo de concentração e monopolização”…
Na página 36, em um livro de profundas reflexões e dados concretos, Borges fala sobre o apoio aos golpes e às ditaduras:
“A revolta contra a mídia hegemônica é plenamente justificada. Com raras e honrosas exceções, o seu passado a condena! Afinal, ela sempre expressou o que há de mais antidemocrático, antipovo e antinação no sofrido continente latino-americano. Sempre serviu às elites racistas e golpistas e reproduziu servilmente os interesses das potências imperialistas, em especial os dos EUA”.
As afirmações do autor continuam: “Num passado mais remoto, a imprensa burguesa, que ainda não havia erguido seus impérios midiáticos, satanizou o jovem movimento camponês e operário da região e fez de tudo para sabotar governos burgueses nacional-desenvolvimentistas, como o de Lázaro Cárdenas (México), Jacobo Arbens (Guatemala), Juan Perón (Argentina), Velasco Alvarado (Peru) e Getúlio Vargas (Brasil)”.
Portanto, o reflexo da mídia golpista de ontem e hoje está incorporado na sociedade atual. A mídia plantou tantas mentiras e manipulou centenas de situações que os discípulos dela (parte do povo) aprenderam rapidamente e praticam hoje ferozmente todos os ensinamentos dos grandes veículos de comunicação.
Os grandalhões do jornalismo perderam o controle com as inovações tecnológicas, em razão da praticidade e rapidez das redes sociais em atingir o maior número de pessoas em poucos segundos, e agora tentam orientar aqueles que foram manipulados a questionarem informações “duvidosas”. Prova da força do fake news é a criação de programas específicos pelos próprios veículos de comunicação para combaterem mentiras propagadas pela internet.
Na prática, a grande mídia faz hoje o que as mídias alternativas fizeram e fazem por muitos anos para combater a grande mídia – “antidemocrática, antipovo e manipuladora”. Um jornalismo sério jamais compactuará com inverdades e manipulações, porém a grande mídia prova do seu próprio veneno e colhe os frutos da intolerância e inverdades propagadas para defender apenas os seus interesses.
O Brasil de hoje, inclusive esse que estamos vendo nas eleições, é um País formado em todos os níveis educacionais por essa mídia atual. Agora refletimos:
Que moral tem a grande mídia para falar ou combater a fake news?