Dieese | Nota Técnica – “Crise de energia e transição justa” – aponta caminhos para o uso sustentável

O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) publicou, dia 5 de outubro, a Nota Técnica 263 – “Crise de energia e transição justa”. Na edição, o órgão procura responder questões sobre o custo da energia e as alternativas de transformação produtiva no setor energético. Como sugere o título, o departamento aponta a “transição energética justa” como o caminho de construção do processo de desenvolvimento econômico mais justo socialmente, pois respeita os limites do planeta.

O estudo, apesar de não ter apenas essa intenção, responde a uma pergunta difícil de entender por parte da população:

Porque a conta de luz está tão cara?

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, as despesas com energia representam 5,29% do orçamento das famílias com renda de até cinco salários mínimos, percentual bastante expressivo no custo de vida dos trabalhadores. Para se ter uma ideia, uma família com renda mensal de R$ 2.000,00, por exemplo, despende, em média, cerca de R$ 105,00 com a conta de luz.

Neste ano, esse gasto vai pesar ainda mais no bolso dos consumidores, por conta dos sucessivos reajustes nas tarifas autorizados pelo Governo Federal. Em 12 meses, findos em junho de 2021, a energia aumentou 14,01%. Conforme dados da Aneel – Agência Nacional Reguladora da Energia Elétrica, apenas no ano de 2021 esse aumento foi de 7,01%, quase o dobro da variação do INPC-IBGE (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) no período, que correspondeu a 3,95%. No acumulado de janeiro de 2019 até junho de 2021, a tarifa média de energia aumentou 19,3%, percentual muito superior à inflação média apurada pelo INPC-IBGE, equivalente a 14,53% no período.

Já os dados relativos às negociações coletivas de trabalho realizadas entre janeiro e junho de 2021 (Dieese, 2021) apontam que mais da metade dos reajustes salariais firmados (52,3%) sequer alcançaram o INPC/IBGE acumulado desde a data-base anterior, ou seja, resultaram em queda dos salários reais dos trabalhadores.

O preço da energia tende também a se manter alto em função da nova configuração de empresas no setor elétrico brasileiro. Anteriormente caracterizado pela presença majoritária de empresas estatais, hoje predominam no setor grandes conglomerados privados, que pressionam por reajustes nos preços das tarifas, uma vez que têm como principal objetivo proporcionar maior retorno financeiro a seus acionistas, independentemente da conjuntura econômica do país e do orçamento das famílias.

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Wellington Torres

Editor da AGSP. Jornalista de coração e alma, pós-graduado em Assessoria de Comunicação e Mídias Digitais. Heavy user de redes sociais e fã de tecnologia. Assisto muitas sérias e atualmente meu maior vício são as médicas (Greys, The Good Doctor, New Amsterdam e The Resident) #LetsgotoCanada2022

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