Pesquisa Ibope revela: brasileiro ainda sabe pouco sobre depressão
O Ibope (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística) possui um amplo levantamento a respeito da depressão no Brasil. O estudo revela, em especial, a falta de informação e vergonha ao tratar do assunto. O tema é um tabu ainda maior entre a população mais jovem. A pesquisa foi nomeada de “Depressão, suicídio e tabu no Brasil: um novo olhar sobre a Saúde Mental”.
Sua metodologia foi simples – um questionário online aplicado em metrópoles de seis estados e de forma virtual. A coleta de informações foi realizada com mais de 2.000 brasileiros a partir dos 13 anos de idade. Mas quando questionados sobre o que é a depressão, apenas 47% assinalaram se tratar de transtorno mental. As outras respostas classificavam a doença como um estado de espírito, consequência de um momento difícil e até como uma “doença da alma”.
MAL DO SÉCULO
Há algum tempo a depressão é considerada o “mal do século”. No Brasil, a doença atinge 5,8% da população, percentual acima da média global (4,4%), segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Apesar de o assunto ser cada vez mais abordado, ainda há muita desinformação. As pessoas sentem vergonha de falar sobre o assunto.
A psicóloga Leonor Barreto, em entrevista à Grita São Paulo, declara:
Doenças psiquiátricas ainda são um tabu muito grande. Por isso as pessoas tentam ‘fugir’ da questão ao associá-la a problemas simples, pois são mais fáceis de encarar”.
O levantamento também revela: 39% dos adolescentes, caso recebessem o diagnóstico de depressão, não revelariam aos seus familiares.
AFINAL, O QUE É A DEPRESSÃO?
Primeiramente, depressão é uma doença psiquiátrica crônica e recorrente que produz alteração do humor caracterizada por tristeza profunda e forte sentimento de desesperança. Segundo: é essencial identificar sintomas e procurar ajuda médica.
Contudo, as causas possíveis incluem uma combinação de origens biológicas, psicológicas e sociais de angústia. As pesquisas apontam que esses fatores podem causar mudanças na função cerebral, incluindo alteração na atividade de determinados circuitos neuronais no cérebro.
A base do tratamento geralmente inclui medicamentos, psicoterapia ou uma combinação dos dois. Cada vez mais, as pesquisas sugerem que esses tratamentos podem normalizar alterações cerebrais associadas à depressão.