São Paulo | Prefeito demite equipe que reprovou contas do Theatro Municipal
Bruno Covas (PSDB), prefeito de São Paulo, demitiu ontem (27) a equipe que apurou e reprovou as contas do Theatro Municipal, administrado pelo Instituto Odeon. Vinculado à Secretaria da Cultura, o grupo alegou gastos superestimados em relação à prática de mercado. Além disso, também foi apontado inconsistências graves em dados da bilheteria e despesas inadequadas, como viagens e hospedagens.
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O relatório também indicou a falta de qualificação técnica de alguns profissionais que atuavam na chefia, bem como uso indevido de cartões corporativos. Por conta da investigação, as contas de 2018 foram reprovadas e as de 2017 parcialmente aprovadas pela Fundação Theatro Municipal. Cerca de R$ 3 milhões foram descontados do repasse feito pela prefeitura para compensar as irregularidades apontadas.
Agora, o Odeon tem até o fim de setembro para justificar os valores da investigação. Caso não consiga provar a situação regular, a Prefeitura terá de romper o contrato assinado em 2017. O valor é de R$ 556,9 milhões, com término em 2021.
A DEMISSÃO
Entre os demitidos da equipe de investigação estão o diretor geral da Fundação Theatro Municipal, Ricardo Fernandes Lopes, e o diretor de gestão, Homero Souza de Freitas Alexandre. Além deles, ao menos outros dois funcionários da Secretaria de Cultura foram exonerados.
Agora, a análise da contra-argumentação do Odeon caberá a Maria Emília Nascimento Santos. Ela foi nomeada para o cargo de diretora geral da Fundação Theatro Municipal. Os novos membros da fundação ainda não foram escolhidos. A secretária adjunta de Cultura foi orientadora da nova diretora geral da fundação em seu mestrado em administração pública na Fundação Getúlio Vargas.
No final de 2018, André Sturm, então secretário municipal da Cultura, havia pedido a rescisão do contrato com o instituto alegando insatisfação com a sua atuação. Apontou inconsistências em dados de bilheteria e problemas de má gestão.
Neste ano, no entanto, o novo secretário da Cultura, Alê Youssef, suspendeu o processo, mantendo a entidade no comando do teatro.