Atitude desnecessária. Lamentável, Witzel!

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, saiu pulando de um helicóptero na Ponte Rio-Niterói, ontem (20), logo após o desfecho do sequestro com a morte de Willian Augusto da Silva, de 20 anos, morto por um sniper da Polícia Militar. O jovem manteve por algumas horas 37 pessoas reféns num ônibus. Foram momentos difíceis para as vítimas.

Mas o grande destaque da ação foi o governador carioca que, aos pulos e socando o ar, aparentemente comemorava a morte do jovem ou a ação policial, ou até mesmo as duas coisas. Foi uma cena chocante, desumana, tão desnecessária naquele momento de perda. E perda sim para a mãe do jovem Willian, a senhora Renata Paula da Silva. Mesmo se o pensamento político de Witzel for bandido bom é bandido morto, os gestos foram medonhos, imaturos e desrespeitosos.

Ao contrário de quem deveria dar o exemplo, na Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG), nesta terça, uma cena humana ganha destaque. Renata, mãe de Willian, se sentiu mal e precisou ser amparada. Quem consolou a mulher e lhe ofereceu uma garrafa d’água foi Paulo César Leal, de 54 anos, pai de Raiane Leal, de 23, uma das vítimas mantidas dentro do coletivo.

“Eu não tenho poder de julgar. Falei para ela ter calma e confiar. O que você fala para uma família que perdeu o filho? Tentei confortar. Tentei ajudar. A minha intenção como um ser humano foi de tentar ajudar. Porque a dor é dos dois lados. E ali, naquele momento, ela estava precisando. Fui falar alguma coisa. Ela sofreu um desmaio. Não adianta ver só o meu lado familiar”, disse Paulo.

Que os bons exemplos sirvam para uma sociedade mais justa, humana e leal!

Renata, mãe do sequestrador, passou mal na delegacia e foi consolada por pai de uma das 37 vítimas mantidas refém Foto: Pedro Teixeira / Agência O Globo

Daniel Lucas Oliveira

Jornalista formado!

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