B117 | Mutação do Coronavírus é descoberta e gera preocupação
Uma nova versão do Coronavírus teria aumentado exponencialmente os casos de infecção no Reino Unido. A notícia divulgada no final de 2020 gerou uma preocupação mundial. Segundo artigo publicado na revista Virology, a variante do Coronavírus nomeada como linhagem B.1.1.7, possui 17 mutações no código genético do vírus. Alguns deles estariam relacionados à velocidade de transmissão.
Essa variante foi isolada pela primeira vez no fim de setembro de 2020 no sudeste da Inglaterra e se tornou, em poucas semanas, responsável por 60% das infecções em Londres. O que levou o Reino Unido a adotar medidas mais rígidas contra a proliferação do vírus mutado.
INFECTOLOGISTA
Até o momento 18 países já detectaram a nova linhagem do vírus, que foi identificado no Brasil no dia 31 de dezembro, pelo laboratório Dasa. A infectologista Regina Valim, docente da Universidade Federal de Santa Catarina e da Universidade do Vale do Itajaí, afirma que as mutações são processos naturais da microbiologia.
A capacidade de mutação do vírus é uma capacidade adaptativa. Às vezes essas mutações não são boas para ele e acabam levando a sua extinção. Já existiram várias outras mutações ao longo da pandemia que o vírus foi fazendo, mas essa [registrada na Inglaterra] foi uma mutação adaptativa benéfica a ele. Porque fez com que a nova linhagem tivesse uma capacidade de transmissão extremamente eficiente. Essa é a diferença”, diz Valim.
CALENDÁRIO VACINAL
Como exemplo da capacidade de contágio que a nova variante indica possuir e dos casos de infecção que continuam a crescer dez meses após o início da pandemia, Valim alerta sobre a preparação da sociedade para continuar lidando com o novo Coronavírus pelos próximos anos. Além da vacina, quando distribuída pelo Governo, ser incluída no calendário vacinal anual como a da Influenza.
Segundo os principais órgãos de saúde é preciso manter a atenção na higienização e no distanciamento social e aguardar os resultados das novas pesquisas. O Coronavírus já existia, ele é bastante antigo. Já foi responsável por algumas epidemias, principalmente no Oriente do mundo. Temos o Sars-Cov e o Mers-Cov, que surgiram no Oriente e foram epidemias com conotação importante.
Novas pesquisas são realizadas, pois algumas perguntas surgiram com a nova descoberta. A eficácia da vacina contra a nova cepa, quais os riscos desta mutação ser mais danosa ao corpo humano, se novas mutações podem ocorrer antes da vacinação. Devemos aguardar os resultados, assim como pela vacina, respeitando as orientações do Ministério da Saúde, usando máscara, álcool em gel, etc.