Infelizmente disseminar o ódio se tornou coisa comum
Na última semana tivemos a triste notícia do falecimento da mulher do ex-presidente Lula, Marisa Letícia. Ela foi vítima de acidente vascular cerebral (AVC) hemorrágico. Apesar de internada na UTI de um dos melhores hospitais da América Latina, o Sírio Libanês, ela não resistiu e faleceu. Até aí, fica a memória da perda de uma figura pública de uma forma lamentável. O pior de fato veio de quem estava na janela: nós mesmos.
Não demorou para surgirem mensagens de ódio na internet. Coisas do tipo “já foi tarde”, “quem deveria ter ido era ele” ou “que o capeta a abrace” foram algumas das mensagens. A contagem de pessoas a favor ou contra essa prática se dá através dos likes, que nada mais são do que uma maneira de inflar seu próprio ego e, assim, garantir que sua opinião vale mais do que do outro. Tal disputa mostra nosso egoísmo e ignorância.
A certeza da impunidade faz soltarmos nossos leões dentro das redes sociais. “O Facebook é meu, então eu falo o que eu quiser”. Não é bem assim. Hoje já existem as Delegacias de Polícia de Combate aos Crimes Cibernéticos. Uma denúncia lá e talvez as pessoas pensem melhor sobre o que podem ou não fazer em um ambiente público, afinal de contas, a internet é como um parque onde se deve respeitar o espaço do outro.
Só haverá mudança de comportamento se houver mudança de cultura. Ver algo íntimo exposto a todos é descabido. É para causar depressão, se não pior: suicídio. Relembro filmes e séries onde pessoas expostas a chacotas deram fim a sua própria vida. Essa é nossa triste e cruel realidade. Momentos de prazer para uns e de tortura para outros. Quando o respeito ao próximo existir de fato, quem sabe, seremos mais humanos.