Desemprego avança e mais de 3 milhões deixam de contribuir para a Previdência Social
No segundo trimestre de 2020 mais de 3 milhões brasileiros deixaram de contribuir para a Previdência Social. Os dados são apontados por uma Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Mensal (PNAD Contínua), divulgada nesta quinta (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com dados referentes ao 2º trimestre.
Ainda segundo o IBGE, o número de trabalhadores contribuintes para o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) diminuiu. O número caiu de 58,4 milhões no trimestre encerrado em março para 55,2 milhões. Assim, este é o menor patamar registrado desde meados de 2012.
PANDEMIA
Tal redução ocorre em meio à pandemia do novo Coronavírus (Covid-19). Isso porque ela tem provocado a eliminação de postos de trabalho no País e um encolhimento recorde no número de brasileiros ocupados.
Em 3 meses, 8,9 milhões de brasileiros ficaram sem trabalho. O número de pessoas ocupadas no Brasil teve redução recorde de 9,6% em relação ao trimestre encerrado em março, somando 83,3 milhões de pessoas, menor nível da série histórica iniciada em 2012.
Em razão da queda recorde da população ocupada, o percentual de contribuintes entre os trabalhadores ocupados avançou de 63,4% em março para 66,3% no trimestre encerrado em junho. Este foi o maior percentual já registrado pela série histórica iniciada em 2012. Até então, o maior nível tinha sido atingido em 2016 (65,7%).
A redução do número de contribuintes para a Previdência Social só não foi ainda maior, uma vez que a maior quantidade de postos perdidos foram de trabalhadores informais, que em geral não costumam contribuir para instituto de previdência.
Como a pesquisa do IBGE é por amostragem, nem sempre os números correspondem aos dados oficiais da Previdência.
OUTROS DADOS DA PESQUISA
Empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado caiu para 30,2 milhões. É o menor nível da série, 8,9% abaixo do trimestre anterior (menos 2,9 milhões) e 9,2% (menos 3,1 milhões) abaixo do mesmo trimestre de 2019.
Já empregados sem carteira assinada no setor privado (8,6 milhões de pessoas) também chegou ao menor nível, com queda de 2,4 milhões de pessoas (-21,6%) frente ao trimestre anterior e 2,9 milhões (-24,9%) frente ao mesmo período de 2019.
O número de trabalhadores por conta própria caiu para 21,7 milhões de pessoas, uma redução de 10,3% comparado tanto ao trimestre anterior quanto a igual período de 2019.
A categoria dos trabalhadores domésticos (4,7 milhões de pessoas) chegou ao menor nível da série. Isso por conta de quedas recordes em ambas as comparações: -21,0% frente ao trimestre anterior e -24,6% frente a igual período de 2019.
A taxa de informalidade foi de 36,9% da população ocupada, ou seja, 30,8 milhões de trabalhadores informais, a menor da série, iniciada em 2016. No trimestre anterior, no entanto, a taxa havia sido 39,9% e no mesmo trimestre de 2019, 41,2%.