O futebol brasileiro há tempos perdeu a sua essência. Mas o Daniel Alves está feliz!
O São Paulo Futebol Clube pisou na bola, no tomate, na banana, sei lá. Na verdade, o time paulista deu uma mancada terrível. Pelo menos, nos próximos 60 meses, o jogador Daniel Alves receberá R$ 400 mil (mês) do São Paulo. O lateral-direito entrou em acordo com o Tricolor na semana passada para encerrar seu vínculo antes do término do contrato, que era até o final de 2022.
Nesta relação, no início, juras de amor foram proclamadas, sonhos de infância revelados e o comprometimento do próprio atleta tiveram ampla conexão. Frisa-se que Daniel Alves não tem culpa das irresponsabilidades da antiga direção do Tricolor (comandada pelo ex-presidente Leco). Existia um contrato, um acordo firmado entre ambos, com deveres e obrigações.
Toda essa situação desmoraliza ainda mais um futebol que há tempos perdeu a graça. Jogadores despreparados em todos os sentidos, inclusive politicamente. Atletas sem voz própria, sem personalidade e alicerçados na arrogância dos bens materiais e nas orgias diárias (sem generalizar, é claro). Futebol ficou chato. Impossível ficar os dois tempos na frente da telinha.
A desorganização dos clubes e o endividamento são mazelas fixadas no DNA das equipes brasileiras. É preciso repensar o futebol. O terrão carece de holofotes reais. O favorecimento político de dirigentes deve ser erradicado e o futebol respira por aparelhos. Se isso não mudar, mais episódios sombrios teremos, com um time devendo 24 milhões de reais, e um jogador aceitando 60 parcelas de 400 mil reais.
Portanto, solidarizo-me com a revolta dos milhares de Tricolores do País, vítimas de mais uma péssima gestão.