Protestos na Paulista e pelo Brasil contra Bolsonaro não levam a lugar nenhum
Chegamos ao fim de uma das mais conturbadas (se não foi a mais) eleições no Brasil. Por fim, Jair Messias Bolsonaro (PSL) foi eleito. Assim como seu adversário no segundo turno, Fernando Haddad (PT), o próximo presidente teve uma rejeição enorme, deixando a população dividida. Essa polarização resultou em protestos logo a seguir das eleições. Na última quarta, dia 30 de outubro, diversos manifestantes estiveram na avenida Paulista, organizados por lideranças de partidos de esquerda.
Logo após Bolsonaro vencer as eleições presidenciais, Guilherme Boulos (PSOL), líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e candidato a presidência derrotado, começou a divulgar vídeos nas redes sociais convocando militantes para participarem de protestos contra Bolsonaro em diversas cidades do Brasil.
Contudo, analisando friamente, os protestos realizados ficaram com um tom de que a campanha eleitoral não acabou. Mas o cenário é outro. Já temos um presidente. Ainda que uma grande parcela da população o rejeite, a maioria o elegeu democraticamente. Há também uma grande parcela que preferiu extinguir a escolha, votando nulo ou branco.
O radicalismo da esquerda desde o início da campanha eleitoral enfraqueceu suas jogadas políticas. No final, perderam as eleições e ainda estão com déficit para quitar as contas. Talvez tenha faltado muito do que o Mano Brown afirmou durante um evento do PT “volta pra base”.
Cabe agora aos opositores repensarem o modo que estão fazendo política. Será que a preocupação real é com a população? Ou os egos estão tão inflados que na busca pelo poder vale qualquer coisa? Ciro Gomes se mostrou como um candidato realmente capacitado para gerir o País, mas foi ofuscado pela candidatura de Fernando Haddad, ligado diretamente ao ex-presidente Lula.
Para a parcela do eleitorado mais radical, também cabe uma reflexão. A confusão de prioridades sociais durante os protestos do “Ele Não” deixaram muitos eleitores confusos. Todas as pautas têm sim suas importâncias, porém também há uma hierarquia. Opção sexual não é nem de longe mais importante que saúde ou segurança. Eis aí um dos vários erros da oposição que se formou durante a campanha eleitoral do candidato do PSL.
Esperamos que o governo seja bom, e isso significa bom para todos, sem exceção. Não adianta tentar prever isso ou aquilo. O jeito é esperar e cobrar não só do presidente, mas de todos os deputados e senadores eleitos.