URGENTE | Sérgio Moro anuncia demissão do Governo após troca do chefe da PF
Em entrevista coletiva convocada na manhã de hoje (24), o ex-juiz comandante dos processos da Lava Jato, Sérgio Moro, anunciou sua demissão do Ministério da Justiça. O pedido foi consequência da atitude de troca do chefe da PF (Polícia Federal), Maurício Valeixo, anunciada pelo presidente Jair Messias Bolsonaro.
Segundo o agora ex-ministro, houve uma conversa com o presidente ontem (23) onde ele se posicionou contra a decisão de troca do chefe da PF. Isso porque Moro afirmou ser uma “decisão política” e a resposta de Bolsonaro foi “que seria mesmo”.
O presidente me disse mais de uma vez, expressamente, que ele queria ter uma pessoa do contato pessoal dele, que ele pudesse ligar, que ele pudesse colher informações, que ele pudesse colher relatórios de inteligência, seja diretor, seja superintendente. E realmente não é o papel da Polícia Federal prestar esse tipo de informação”, disse Moro.
CONTRADIÇÕES
Diferente do que foi divulgado no Diário Oficial, Moro afirmou ainda que não assinou a exoneração de Valeixo, e também que o ex-chefe da PF não pediu demissão do cargo.
Eu não assinei esse decreto e em nenhum momento o diretor da PF apresentou um pedido oficial de exoneração”, disse.
Em contrapartida, Bolsonaro postou em suas redes sociais documento que mostra o pedido de exoneração de Valeixo. A publicação foi feita nesta sexta e pegou o ex-ministro de surpresa. Fontes ligadas a Moro também confirmaram a não assinatura dele no documento, apesar de o nome dele constar, ao lado do nome de Bolsonaro.
– Lei 13.047/2014
“Art. 2º-C. O cargo de Diretor-Geral, NOMEADO PELO PRESIDENTE DA REPÚBLICA, é privativo de delegado de Polícia Federal integrante da classe especial.” pic.twitter.com/Sc7XT6wxkI
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) April 24, 2020
Outra questão apresentada por Moro durante a coletiva foi a promessa de “carta-branca” feita por Bolsonaro no convite para o Ministério. Tal promessa permitia também a nomeação do chefe da PF. Inclusive, Moro informou que durante a conversa com o presidente, buscaria algum outro nome que também fosse de sua escolha para o comando.
Foi me prometido na ocasião carta branca para nomear todos os assessores, inclusive nos órgãos judiciais, como a Polícia Rodoviária Federal e Polícia Federal.”
Além disso, Moro apresentou divergências com Bolsonaro também na condução do combate à pandemia do Coronavírus. Ele atuou a favor de Luiz Henrique Mandetta (ex-titular da Saúde) na crise com o presidente.
CONFIRA A COLETIVA NA ÍNTEGRA