O Estado precisa de uma nova gestão
A Agência Grita São Paulo encabeça uma campanha necessária:
“Chega de PSDB em São Paulo”.
E que fique claro, não queremos um determinado partido no poder. Queremos alternância de governo. Os tucanos completam 25 anos no comando do Estado em 2019 sem melhorias concretas para a população. Precisamos de mudanças! Outra visão para as questões sociais de SP.
Análise do especialista
O pesquisador Danilo Cesar Fiore, especialista em Ciência Política pela Universidade de São Paulo (USP), realizou um estudo sobre essa inédita hegemonia político-partidária. Isso ainda na época dos 20 anos de poder do PSDB. Segundo ele, a força peessedebista no Estado teria fundo sociopolítico.
São Paulo possui características específicas em relação ao resto do Brasil, como por exemplo o menor número de eleitores de estratos mais pobres e nível de desenvolvimento econômico mais elevado – ressalvadas regiões de carência significativa, como o Pontal do Paranapanema, o Sudoeste Paulista, o Vale do Ribeira e as franjas periféricas das grandes metrópoles.
PT e PSDB ao longo dos últimos anos buscam resguardar seus respectivos territórios e, paralelamente, alcançar vitória no campo adversário”. No caso da presidência, com a eleição de Bolsonaro, o jogo virou para ambos os lados. Queremos o mesmo para São Paulo. É necessária uma alteração de visão.
Por exemplo, durante a campanha eleitoral, Doria se comprometeu a tirar do papel a Linha 18-Bronze. A princípio, por meio de PPP (Parceria Público-Privada). Ele sugeriu manter o modelo contratado pelo Estado desde 2014. À época, tal modelo foi assinado por Alckmin, padrinho político de Doria.
O atual governador fala agora em erro de projeto no passado (em clara provocação ao seu adversário em 2018), Márcio França (PSB). Mas ainda que França estivesse por meses no poder ,não dá para jogar todos os problemas de gestão estadual nas costas do ex-vice. Afinal, ele ficou apenas por oito meses na chefia do Palácio dos Bandeirantes.
Os tucanos, assim, para “resguardar seu território”, optaram, primeiramente, por escalar caciques nacionais para enfrentar as disputas: Mario Covas, Geraldo Alckmin e José Serra se revezaram nas eleições. Os três também foram candidatos à presidência da República, o que, na visão de Fiore e da bibliografia especializada, faz parte de uma “estratégia coerente de ocupação de campo político-eleitoral”.
Não se espera muito do eleito
Em artigo publicado na Folha de S.Paulo, o jornalista Mauricio Puls escreveu que o eleitor do PSDB não “espera muito de seu eleito” nem se “anima para ir às ruas defendê-lo”.
A classe média não está preocupada com a qualidade dos serviços que descarta: seu problema é a fatura. Ela sonha com um ‘governo barato’: não precisa de alguém que faça mais, e sim que gaste menos. Daí sua inclinação pelo PSDB, que defende equilíbrio fiscal e estabilidade monetária.