Antipetismo é indiscutível, mas quem explica a vitória de 153 políticos do PT?

Após a vitória de Jair Messias Bolsonaro (PSL) no último domingo (28) com 55,13% dos votos válidos muitos consideraram a morte política do PT (Partido dos Trabalhadores). Nas redes sociais circularam memes com caixões vermelhos e o logo petista estampado. Esperava-se uma diferença mais ampla, porém ela ficou em 10.756.941 de votos. O que surpreendeu, mais uma vez, foi o número de votos brancos, nulos e abstenções que passaram dos 42 milhões.

Mesmo com a negativa petista e a exploração de sua imagem nos últimos anos, o crescimento antipetismo e algumas notícias falsas produzidas contra o PT, os números comprovam uma vitória do partido nessas eleições. O Partido dos Trabalhadores lidera o desempenho dos partidos. Entre deputado distrital, deputado estadual e federal, governador, senador, senadores 1º e 2º suplentes e vice-governador, o PT elegeu um total de 153. Nas outras colocações, respectivamente, vem o MDB (149), PSL (140), PP (121), PSDB (112), PSD (108), PSB (107) – confira levantamento da nossa Agência.

Ao somar todos os eleitos por partidos, o PSL, do presidente eleito Jair Messias Bolsonaro, foi o que obteve a maior votação no total. Foram 7.607.557 (mais de sete milhões e meio de votos). No pleito de 2014, o PSL teve 107.734. Mas quem ficou em segundo lugar de votos nas eleições de 2018? O PT, com mais de seis milhões de votos (6.132.809).

Portanto, pelo menos os números comprovaram que a morte do petismo não é real. Sem dúvida existe uma generalizada insatisfação, mas não podemos menosprezar o seu poder de mobilização e conquista de votos. Devemos acompanhar com muita atenção os próximos passos da “esquerda brasileira”. Uma nova oposição liderada por Ciro Gomes, terceiro colocado nas eleições para presidente, pretende criar um movimento de centro-esquerda sem fazer muita questão da participação petista.

Em uma rasa analogia, Ciro é aquela menininha que casou com um homem vivido e experiente, neste caso o PT. O problema é que essa menininha cresceu, relevou algumas situações, deixou ser usada, mas, após tantos anos de enganação e desrespeito, se rebelou e decidiu seguir por si só, apenas com o apoio de familiares e amigos. Neste caso Ciro se articula com os partidos de centro-esquerda e descarta o radicalismo da esquerda atual encabeçada pelo PT, Psol e PC do B.

Sem dúvida alguma, os bastidores da política vão continuar bem movimentados nos próximos meses. Não podemos esquecer que lá na ponta desse cenário tem um povo carente de educação, segurança, saúde, emprego, entre outros. O Brasil precisa voltar a crescer com transparência, punições severas aos corruptos e lealdade ao povo brasileiro. Antes de matar o PT nas falas, é preciso ver os números e saber que eles estão mais vivos do que nunca.

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Daniel Lucas Oliveira

Jornalista formado!

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